Nanatsu no Taizai
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Palácio de Lioness

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Mensagem por Mestre Sáb Mar 24, 2018 8:54 pm

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Última edição por Mestre em Qua Set 11, 2019 1:54 am, editado 3 vez(es)
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Palácio de Lioness Empty Um Pecado Imperdoável

Mensagem por Mestre Qua Set 11, 2019 1:18 am


Palácio de Lioness Nier10

Ato Um:
Grisgandor




Nier acordou naquela manhã como qualquer outra, do lado da pessoa mais importante de sua vida: Camille Lodric, uma moça de 25 anos, cabelos loiros, tendo um olho azul e um amarelo, aliado a um belo corpo, resultado de seus treinos com armas e predisposição natural. Por mais que tivesse aparência de uma criança, Nier já era um adulto plenamente capaz de qualquer coisa, inclusive noivar. Pois é, era noivo de Camille, e passaria a se chamar Nier Lodric, afinal, nunca teve um sobrenome, ou um que gostasse de usar...

-Bom dia meu amor, dormiu bem? - Acordou Camille com um beijo de bom dia na testa. Ela se acorda lentamente, e abraça Nier.

-Dormi sim, e você? Como foi sua noite?

-Ótima, não consigo ter noites ruins com você ao meu lado. - Ela sorri e o beija na bochecha, e se aconchega no seu peito com cara manhosa, pedindo para ser mimada um pouco. - Mas sabe, eu tive um sonho...

Palácio de Lioness Tumblr_oq2sjevuay1ts969do1_400

-Mas sabe, eu tive um sonho... - Ela iria continuar. - Não, deixa pra lá. Se ele acontecer, você vai saber. - Ele poderia jurar que sentiu ela aproximar a mão de sua barriga, mas foi apenas impressão sua. Eles passam alguns minutos aproveitando do calor aconchegante um do outro e de sua cama, para então se levantam, e começarem a se preparar para mais um dia de trabalho.

Cavaleiros Sagrados de Grisgandor que, por mais que não fosse um reino, tinha um governo, uma população, uma economia ativa e um exército para proteger aqueles que lá viviam, trabalhavam e passavam. Afinal, ninguém gostaria que a ligação entre a Britânia e o continente fosse uma terra sem lei. De fato, as leis e governo de Grisgandor eram diferentes, já que eram escolhidos pela população local, um lugar à frente de seu tempo.

Eles põem suas armaduras, pegam suas espadas e saem em direção ao quartel. Na sua porta, um gato branco usando um blazer preto com uma gravata borboleta verde, combinando com a cor de seus olhos os esperava.

-Oh, olá Senador Nyan! - Cumprimenta Camille.

-Olá Niaer, olá Camiaulle. Como vãum nessa bela manhãm? - Respondeu com seu pesado sotaque gatês. Pessoas não acostumadas com sua fala normalmente não o entendiam, mas depois de um tempo de acostumavam.

-Vamos bem. O que te traz até aqui?

-Essam demoram toda para saíremiau. - Ele se lambe um pouco e volta a falar. - Espero que eu seja padrinhum de toda essa demoramiau.

Camille fica vermelha como um pimentão e Nier desvia o olhar procurando qualquer coisa, mas o gato era ácido o suficiente para os desconcertar.

-B-B-B-Bem... Nós estamos aqui agora, não é?

-Siam. Espero qui o Niaer venha logo param a reuniãum.

-Eu vou, eu vou. Ela é tarde, então não vou me atrasar.

Ao falar isso, Nyan escala o corpo de Camille e a lambe no rosto, e pula em Nier, e faz o mesmo. Após os cumprimentar de fato, ele segue seu rumo até o Palácio da Luz. Ambos suspiram e começam a andar até seus destinos, de mãos dadas enquanto eram cumprimentados pelos residentes de Grisgandor. No caminho, encontram um de seus amigos e pupilo de Nier, o jovem e promissor Nick Strawberry.

-Ah, General Nier! Estava te procurando!

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-Certo, me conte o que quer enquanto vamos ao quartel.

-Ah sim... Oh, bom dia, Mille.

-Bom dia Nick.

-Então, como eu posso dizer... bom, pra começo de conversas, tem duas coisas. Uma realmente importante para todos e uma só para mim.

-Primeiro o que é só pra você, posso ficar com a coisa realmente importante na cabeça quando responder a menos importante.

-Bem, eu... acho que estou apaixonado pela Mahina, e eu gostaria de saber como chamá-la pra sair... - Ao ouvir isso, Camille tropeça e cai no chão, e Nier se espanta como nunca.

Palácio de Lioness Unname10

-O QUE?! Calma, espera aí. - Nier ajuda Camille a se levantar, ainda em choque. - Quer me dizer que quer chamar a filha do Vlaz pra sair?

-Hehehe... sim, pois é...

-Ele disse que quisesse chamar ela pra sair teria que enfrentá-lo e vencê-lo...

-Não o assuste, chamar uma garota pra sair é mais difícil do que parece.

-Você não teve dificuldades comigo. - Camille abraça Nier, e sorri com alegria.

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-E é por isso que eu queria perguntar pra ele.

-Escute, eu sou eu. Eu tenho muito mais idade do que aparento, e sempre tive.

-Pois é, as vezes ele parece um velho ranzinza. - Camille começa a rir de Nier, que a encara emburrado.

-De qualquer forma, posso cansar o velho no treino hoje. Daí é com você. Ou consiga fazer isso escondido dele.

-Então, eu fiz isso: uma carta. Vou deixar na casa dela.

-Coloque na janela dela, o pai dela rasga todas. É a janela com flores e pelúcias dentro do quarto. Não é difícil de saber qual é.

-Obrigado, general Nier. Agora, sobre a coisa importante... batedores voltaram da floresta, e trouxeram isso. - Ele entrega um cubo de vidro com uma pedra completamente preta, tão preto que nem a luz do sol parecia conseguir fazer alguma luz nela.

Palácio de Lioness Black-obsidian-natural-form-crystal

- Disseram que havia uma pedra enorme com isso lá.

Nier abre a caixa, e pega a pedra na mão, e sente um formigamento. Camille aproxima sua mão para pegar, mas é impedida.

-Não toque, é perigosa. Extremamente perigosa. Melhor guardar comigo. Os batedores que encontraram a pedra, como estão?

-Lone os interrogou quando voltaram, e eles disseram ter usado luvas encantadas com proteção para encostar. Nossos batedores não são burros.

Nier suspira aliviado ao ouvir as palavras de Nick.

-Bom, ao menos isso. Vamos logo, temos um dia inteiro pela frente.

Após andar mais algumas quadras, os três chegam ao quartel de Grisgandor, e começam seus afazeres. Camille parte para treinar novos cavaleiros sagrados, e Nick para seu treino especial, enquanto Nier parte para o castelo.

Camille era um excelente soldado. Talvez – talvez não, com certeza – a melhor depois dos dois que conseguiam manter a ordem na cidade sem nem aparecerem nos locais que ocorriam grandes confusões: Vlaz il Cron, maior herói da história do lugar, e Nier, o general do exército.

Todos os aspirantes a cavaleiro e cavaleiro sagrado a adoravam. Gentil quando precisava, rígida quando deveria. Ninguém conseguia ensinar tão bem quanto ela, nem motivar os alunos a sempre evoluírem. Isso sem contar seu imenso poder mágico, tão grande que era capaz de causar danos aos seus arredores quando liberado por completo, normalmente em momentos de raiva.

Dessa vez, quando chegou no campo de treinamento, viu dois de seus alunos brigando, trocando golpes com todas suas forças. Quando iam cruzar novamente suas espadas, a loira coloca sua espada entre as deles, impedindo que prossigam.

-Não acham que devem parar? – Fala com um sorriso gentil no rosto, porém com um tom ameaçador. – E eu não quero saber quem começou, então nem tentem. Alguém que não estava brigando pode me falar o que houve?

Uma jovem de aparentes 16 anos levanta a mão e explica o que aconteceu. Eles estavam discutindo por causa de uma confusão que haviam feito num bar, por não notarem que havia um bandido ali por estarem embriagados, por mais que um homem de dois metros de altura com uma armadura parecida com a de mercenário fosse difícil de não notar. E agora, com certeza, já estava bem longe de Grisgandor...

-Entendo, entendo... – Ela se aproxima dos dois, que estavam sentados de joelhos no chão, olhando para baixo envergonhados pelo que fizeram. Ela dá um soco na cabeça de cada um, e os passa a mão em suas cabeças, bagunçando seus cabelos depois. – O soco foi por terem brigado e deixado o bandido escapar. Mas vocês não estavam em serviço. Não é vergonha um civil relaxando não enfrentar um bandido. Vocês não têm culpa.

Os dois choram e abraçam sua professora, que os afaga.

-Bem pessoal, vamos começar o treinamento de hoje. Concentrem suas magias até destruírem esse vidro, mais resistente que um normal, - Ela puxa de seu bolso um vidro e joga para eles. – desse jeito. – Ela racha os vidros que sobraram com sua magia absurda, espantando os alunos que mal conseguiam dominar magia.

Ela então parte para onde Nick estava, para ajuda-lo em seu treinamento. Enquanto seus alunos normais treinavam com um vidro, Nick usava uma barra de ferro, que já estava cheia de rachaduras.

-Ora ora, está indo bem. Continue desse jeito, que um dia você será extremamente forte e poderá até suceder Nier como general.

O garoto sorri e se levanta, olhando para mulher.

-Camille, você poderia lutar contra mim? Gostaria de treinar com você. Não quero lutar contra o Nier sem ter aquecido com uma luta antes.

-Claro! Não acho que ninguém irá rachar o vidro em pelo menos quatro horas, então podemos sim.

Eles colocam armaduras de treino e pegam espadas de madeira, e começam a trocar golpes. Nick era extremamente habilidoso para sua idade, provavelmente um dos maiores talentos de toda a Britânia, com um potencial enorme para acabar com as invasões bárbaras.

Camille, por sua vez, era ainda melhor. Sua análise de combate, agilidade, força, frieza e magia eram muito superiores as de todos os outros cavaleiros sagrados. Seu passado a moldou desse jeito, afinal só dependia de usa força para estar viva no outro dia.

Nick consegue acertar um golpe no flanco de Camille, porém quando acha que ganhou o treino, vê a espada da treinadora no seu pescoço. Havia sido derrotado.

-Mais uma vez derrotado por você, Camille.

-Mas você acertou um bom golpe. Contra vários inimigos fortes você seria vitorioso.

-Muito obrigado, professora. – Ele se curva em reverência a sua mentora.

-Não foi nada, Nick. É divertido lutar com você. – Ela bagunça seu cabelo, como sempre gosta de fazer com os novatos. – Até mais! – Ela sai da área onde ele estava, que volta a fazer seus afazeres.

Enquanto anda pela área de treinamento, observa o orvalho nas flores que estavam desabrochando, e se senta no meio do jardim, para sentir a suave brisa envolvendo seu corpo enquanto o sol a esquenta. Então acaba por pensar quão sortuda pôde ser. Até algum tempo atrás lutava todo dia para poder estar viva no outro, e finalmente estava em um lugar onde a aceitavam, inclusive alguém que a aceitava mais que os outros. Ela se deita e fecha os olhos, deixando todas suas boas memórias fluírem na sua mente, enquanto o perfume das flores enche o ar.

Realmente... eu amo isso... gostaria que esses dias nunca acabassem... me pergunto como está meu vestido, não vejo a hora desse momento chegar...

Na hora de descanso de seu treino, Nick havia decidido ir na casa de Mahina, para tentar falar com ela. Ele se esgueirou pelos arbustos e conseguiu chegar na janela do quarto de Mahina. Vários ursos de pelúcia como Nier havia descrito, então deixou a carta ali.

-Ela é uma garota bonita, não é?

-É sim! Eu quero muito sair com ela!

Ao falar isso, Nick levou um tapa na parte de trás de sua cabeça. Quando olhou para ver o agressor, viu um homem de cabelos prateados compridos. Não era ninguém menos que Vlaz il Cron. O maior herói de Grisgandor, que rivalizava em força com Nier.

-Ora, ora... Acho que alguém está me desafiando para um duelo. - Vlaz sorriu sardonicamente. Não apenas por gostar de bater em quem tentava pedir para sair, mas também por que queria testar a força de Nick.

Então, ele o arrastou de volta para os campos de treinamento, e os pedidos de desculpa de Nick eram ouvidos por todo o campo dos soldados enquanto desviava dos golpes de Vlaz.

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Nier entra no castelo, onde o Primeiro Ministro se encontrava na ponta da Mesa Oval, em uma grande sala inteiramente de pedra iluminada por candelabros e a luz que entrava por suas grandes janelas arqueadas, com um tapete vermelho que cobria totalmente o chão.

-Oh, olá Nier. Chegou tarde hoje. Como sempre.

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Ruffus, por mais que fosse o atual primeiro ministro, ele era um ex-militar. Em sua época era o responsável pela segurança da cidade-estado. Pelos seus feitos, era considerado um dos grandes heróis do povo e foi eleito como primeiro-ministro. Mas por mais que fosse ex-militar, não era um burro que só pensava em guerras, e sim um homem que sabia o que devia ser feito pelo seu povo.

-Sabe como é, Ruffus. Vida de noivo não é fácil.

-Nem solteiro você era pontual. Vamos, sente-se.

-Certo... então, onde acharam essa pedra?

-Disseram que foi perto de uma caverna na floresta. Ouviram choro de lá, e foram conferir. É realmente magnifica, não acha?

-Sim, até demais. Tenho um péssimo pressentimento sobre isso.

-Ei, Nier, deixe-me perguntar uma coisa que eu ainda não tinha criado coragem para tal... Fazem mais ou menos 10 anos já que está aqui, e você não envelheceu um dia! Como é possível?

-Longa história, não vale a pena ouvir.

-Essa eu tenho certeza que vale. Vamos, conte.

Nier olha para a janela da sala apoiado em sua mão, ponderando. O vento frio da manhã do começo da primavera bate em seu rosto, com a luz entrando e aquecendo o lugar. Esse misto de sensações dissipa sua incerteza, então ele suspira e fala.

-Eu fui amaldiçoado. Por um pecado que cometi muitos e muitos anos no passado. Muito antes até mesmo de você nascer, Ruffus.

-Então você tem quantos anos? Cento e cinquenta? Duzentos?

-Três mil, quinhentos e três.

-BAHAHAHA! Você é um piadista, Nier. Não é possível que uma maldição dure tanto tempo, elas se enfraquecem com o tempo. O homem amaldiçoado mais velho do mundo morreu com trezentos e vinte anos!

-Não quando se é o pai das maldições que lhe faz uma.

-Agora diz que foi o Rei Demônio em pessoa que lhe amaldiçoou? E depois? Vai dizer que é filho dele?

-Exato.

-Ai ai... uma historinha engraça, hein... E o que aconteceu, de verdade?

Nier o encara em silêncio, puxa seu punhal do bolso e junto da pedra negra, tira uma pequena lasca dela e entrega para Ruffus.

-Segure e diga o que sente.

-Ok...

Ruffus segura a pequena lasca, que não deveria ser maior que a espessura de uma folha de papel, e com mais ou menos o tamanho da ponta do seu dedo. Ele sente como se sua mão fosse se incendiar, e que várias facas entravam em seu corpo, e joga a lasca longe, assustado. Ele olha pra Nier, que brincava com a pedra como se fosse uma bolinha.

-Acredita em minha história agora?

-Caralho... Mas que porra é essa?

-Provavelmente o Selo das Flores Negras. Onde está aprisionada a anja Hanna. E não se engane, Ruffus. Os anjos são ardilosas, e invadem as mentes dos homens para dominá-los e fazer com que façam loucuras. Vi muitos morrerem por isso ao longo desses anos intermináveis de vida.

-Como posso saber se posso confiar em você? Você é um demônio!

-Como confiou em mim até agora. Quantas vezes salvei seu pescoço? Não ache que demônios são pura maldade. Deixei de ser assim quando comecei a lutar pela paz e criei a Unix, que até hoje cantam sobre ela.

-Então você é o demônio da canção?

-Correto.

-Como posso saber que não está mentindo?

-בוא אלי מתגעגע למוות!

Uma foice gigante surge na mão de Nier, que exala uma aura negra, e logo a desfaz.

-A Foice da Morte... exatamente como nas lendas... céus...

-Pois é. Provavelmente Hanna está se libertando. Ela é ardilosa, manipuladora e quer exterminar os demônios. E mataria reinos humanos inteiros para matar-nos.

-Se me permite perguntar... quem é o mandamento descrito nas lendas? Seria- O QUE É ISSO?

Ambos se assustam com o que vêem ao horizonte. Uma enorme nuvem negra, com sons de trombetas e energia estranha se aproxima de Grisgandor.

-Hanna... ela pretende destruir esse lugar por minha causa?

-Merda... o que pretende fazer, Nier?

-Não é óbvio? Vou até o lugar onde está o Selo das Flores Negras! Proteja os cidadãos, alerta máximo!

Nier pula a janela do palácio e corre em direção a floresta. Devido a sua natureza demoníaca e força e velocidade absurda, conseguiu chegar na floresta, um lugar relativamente distante - mesmo à cavalo - em poucos minutos. Após isso, encontrou a fonte da energia maligna que sentiu, e disparou para o Selo.

O Selo das Flores negras estava em uma pequena clareira. Se assemelhava a um arco de pedras, mas completamente negras, e com uma caverna ao lado, provavelmente o lugar de descanso do corpo da anja.

-Ora, ora... veja quem temos aqui... Nier, o Cavaleiro da Morte! - Nier ouve de todos os lugares essa voz.

-Onde está? Eu sei que é você, Hanna, apareça!

-Não deveria estar naquela cidade, Nierzinho?

-Você jurou proteger a humanidade como uma anja, Hanna.

-Eles se aliaram e se encostaram em um demônio imundo como você, Nier. Não passam de lixo.

-Então essa é a caverna onde está seu corpo? O que acontece se eu destruí-la?

-Nada de relevante acontecerá.

-Então não se importa se eu fizer... - Nier cria uma massa de energia e dispara na caverna, pulverizando-a - ...isso?

-Não! Você realmente continua sabendo me irritar, Nier... Bem, não importa. Meus fiéis já estão se encarregando de sua cidade, e minha projeção de seu mais precioso bem, ahahahahaha!

Então, surge um golem do Selo das Flores Negras, que já não servia de mais nada e não passava de um brinquedo para Hanna.

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Nier parte para cima do golem, pretendendo destruir em um golpe, mas é rebatido. Ele parte novamente, e se esquiva do ataque, e acerta o golem com força, mas causa apenas um dano superficial.

Droga, essa vadia selou meu poder?

Nier começa a atacar com mais fúria a criatura, e quanto mais tempo passa, mais nervoso fica, e lágrimas começam a sair de seu rosto, temendo pelo pior de sua amada cidade, do jovem Nick que treinava haviam anos, de seu grande companheiro Ruffus, e de sua amada Camille.

Nenhum de seus ataques funcionava, por mais que atacasse impiedosamente o golem. Ele não queria ter que quebrar sua promessa quando foi dominado pela sua raiva no passado. Ele havia prometido dois mil e quinhentos anos atrás nunca mais usar sua marca demoníaca, mas não viu outra saída.

Então, hesitantemente ele ativa sua marca demoníaca e concentra todo seu poder em uma única esfera, que dispara no centro do golem, que é desfragmentado. Então, ele dispara até Grisgandor, onde vê um cenário horrível.

Ele começa a andar no meio dos destroços de batalha, com lágrimas nos olhos. Corpos por todos os lados, muitos dos quais ele preferia não olhar. Não gostaria de reconhecer ninguém. Andando por entre as pilhas de cadáveres, ele vê uma cena que rasga seu coração: o corpo do jovem Nick, escorado em uma parede com vários buracos pelo corpo. Talvez morrera protegendo pessoas, ou apenas tentando se defender.

Ele continua andando pela cidade, até que sente seu rosto queimar. Suas pupilas dilatam e seu coração parece parar com a cena que se encontra a sua frente, com ainda mais lágrimas escorrendo pelo seu rosto desolado.

Hanna, com uma espada na mão, atravessava brutalmente o peito de Camille. A jovem mulher cai de joelhos antes de ter seu já fraco corpo chutado e lançado nos destroços, enquanto a anja de olhos escuros não conseguia segurar o seu sorriso no rosto, junto de um riso cínico.

Nier já corrompido em raiva que explodia em seu peito, quase não nota seu corpo mover sozinho pra cima de Hanna, em uma velocidade tão absurda que quase se podia dizer que era teleporte, segura a cabeça dela e a explode, sem pena nem piedade, apenas ira, que se dissolve em fumaça.


Se aproxima de Camille, sua vista embaçada com as lágrimas não permite que apague a visão de sua amada, quase morta, caída ao chão. Se ajoelha ao seu lado e com as mãos trêmulas faz pressão no buraco deixado em seu peito.

-Não, por favor, não...

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-Nier... eu, cof, cof, eu sinto muito... - Fala a moça com sua fraca e gentil voz. Nier notou que seus ferimentos eram profundos, com outros pontos machucados em seu corpo.

-Por favor, fique quieta...

-Eu não queria... não queria morrer assim...

-Ei, beba isso! É uma poção de fênix! - Grita Nier com sua voz trêmula, ainda sem acreditar no que via em sua frente. Quando a levanta para tentar fazê-la beber, sente que algumas costelas estão fraturadas e que talvez os pulmões tenham sido perfurados.

-Ela não vai adiantar em corações perfurados...

-Não me deixe... não quero ficar sozinho de novo!

-Nier, eu... eu não quero morrer aqui... - No momento em que Camille pronuncia essas palavras, lágrimas começam a escorrer em seu rosto, com um semblante ainda mais triste.

-Então, beba a poção, ela vai ajudar! - Gritava desesperado o homem, com uma enorme angustia em seu peito.

-Por favor, me abrace...

Nier passa seus braços fracos pela tristeza pelo corpo Camille, coloca com suas mãos trêmulas a poção de fênix na boca fraca da garota, e sai do meio do lugar com sua alta velocidade, carregando-a no colo. Ele vai em direção ao castelo, subindo até o topo dele, parando na torre mais alta.

-Aquele lugar não era bom de se estar, certo? Ao menos aqui, no topo do castelo, você pode se recuperar bem... veja como é lindo o sol no horizonte! Você sempre gostou de observá-lo, não? - Ele tenta passar uma tranquilidade em sua voz, mas as lágrimas no rosto e a expressão de desespero desmentem seu estado emocional.

-É realmente... lindo... Eu amo esse lugar...

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Seus olhos embaçados pelas lágrimas e pela falta de força conseguiam fracamente registrar a cena nos seus olhos. O calor do corpo do cavaleiro era confortante e aconchegante, ao ponto de a fazer relaxar e esquecer de toda a dor. Talvez a poção da fênix fosse funcionar, já que as que Nier carregava sempre eram poderosíssimas.

No colo de Nier, ela sente uma forte pontada de dor, vindo tanto do peito quanto do resto do corpo, e sangue jorra de sua boca. A poção apenas retardava sua inevitável morte.

-Nier, eu não... não vou conseguir... - ela continua a chorar, com ainda mais sangue saindo de seu peito. - Eu não quero morrer... finalmente consegui ser amada... finalmente ia poder dizer que me casei... que consegui ser feliz... merda, como dói... -

-N-Não se esforce! - Nier a segura mais forte. - Fique quieta, assim vai economizar suas- Ele é interrompido pela mão fria e pálida de sua noiva encostando sua boca. Ela usa suas forças para erguer seu tronco, e beija a bochecha de Nier. Vendo o fim inevitável, reuniu algumas forças para fazer um pedido.

-Nier... Promete pra mim... Que você vai continuar... Mesmo sem mim...

-Eu... Eu não posso fazer isso! - Sua voz gritada desafinou em desespero.

-Você tem... que prometer... - Ela tossiu sangue. - Eu não vou aguentar muito mais...

Chorando ainda mais, Nier continua:

-Não! Você vai superar isso! Por favor, não morre!

Ela segura a mão do seu amado. Uma mão gentil, porém, forte, que sempre a protegia e alisava seus cabelos dourados. Pôs-se a imaginar o que teria acontecido se isso não tivesse acontecido. Viu ambos em seu casamento, ela com seu belo vestido branco e Nier com seu terno preto, lembrou de seu sonho de mais cedo, onde estava grávida após algum tempo do casório e se imaginou envelhecendo, vendo seus filhos assumindo seus postos nos cavaleiros de Grisgandor. Porém, aquilo não passava de sua imaginação, de uma vida ideal com seu futuro marido.

-Boa noite, meu amor... eu vou dormir primeiro hoje... Eu te amo... muito... mais do que... qualquer coisa... Todos os dias... que eu passo... - Ela para sua fala e tosse um pouco de sangue - Ao seu lado... são... os... melhores... ela sorri e fecha seus olhos de safira pela última vez. Seu corpo perde todas as forças e esmorece, em um silêncio que rasgava a alma de Nier. Ele chorava cada vez mais, sem ter quem consolá-lo ou abraçá-lo, já que a única pessoa no mundo que faria isso estava sem vida em seus braços.

-Não, ei Camille, ei, acorde! Camille? Não me deixe... Não me deixe! EU NÃO QUERO FICAR SOZINHO DE NOVO! EU NÃO POSSO CONTINUAR SEM VOCÊ!

Então, ele liberou todo seu poder de uma vez. Uma energia negra, enorme e massiva de poder demoníaco misturado com a morte e caos em si, com um alcance gigantesco varre o lugar que antes era conhecido como Grisgandor. Nada resta do reino visionário, nem pó. Um lugar totalmente obliterado por uma ira incalculável, de um homem que perdeu tudo o que tinha.

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Após fazer isso, Nier desmaia e acorda alguns minutos depois, chorando.

-Camille, por que? Tudo estava indo bem dessa vez... Alguma coisa sempre acontece... já chega, eu não aguento mais...

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Nier pega o anel de Camille e o amarra em um pedaço que rasgou de sua roupa em seu pescoço, puxa seu punhal e o envolve em chamas negras.

-Se eu não posso morrer e acabar com isso... Ao menos não preciso me lembrar disso. Não é?

Nier enfia o punhal em seu cortex cerebral, e o destrói completamente. Ele sabia que ele voltaria, cedo ou tarde, mas dessa vez, sem memórias.

Ato Dois:
Krioni




Krioni teve mais um dia normal, se não fosse pela acusação de um crime que cometera e que o descobriram, que ainda estava para ser julgado pelo Concelho dos Reinos Unidos da Britânia, por mais que estivessem postergando o julgamento. Para ele não era nada demais trocar vidas humanas por uma tentativa de quebrar uma maldição que afetava aqueles que se importava.

-Esses humanos... acham que entendem o que é dor. - Suspirou com desgosto. - Criaturas ridículas, de fato.

Não dormiu a noite toda, pois estava mais interessado em pesquisar do que dormir. Como acabou falhan- se enganando em seus cálculos, precisava recalcular e continuar o que pretendia fazer. Não fazia ideia da hora do dia ou da noite que estava, mas algo conseguiu tirar totalmente sua atenção, algo praticamente impossível de se fazer. Ele sentiu uma quantidade absurda de poder, vinda de longe. Se fosse apenas absurda longe, ele não ligaria, batalhas enormes ocorrem em vários lugares. Ela era absurda dentro de sua torre. Como se cinquenta cavaleiros sagrados ou mais estivessem liberando todo seu poder ao seu lado.

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-O que é isso? Vem de... Grisgandor?

Ele para suas pesquisas e se teletransporta para Grisgandor, voando. Quando chega lá, vê uma cena inacreditável. Um enorme buraco, de um tamanho imensurável, exalando magia das trevas pesada.

O que, ou pior, quem fez isso? Não é obra de um humano... a única coisa que eu me lembro capaz de fazer isso é... não é possível...

Krioni se concentra para tentar sentir a energia de sobreviventes, e se assusta quando identifica uma certa presença.

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Nier!

Ele logo vai para onde a encontrou, e arrasta Nier para fora do buraco. Ele vê o buraco em sua cabeça, causado pelo punhal, e o fecha com uma magia.

-Por que fez isso, Nier? Quero saber o que no mundo o fez se irritar a esse ponto... espera um segundo... o Rei disse que viajaria para um lugar onde os sonhos o mostraram, certo? Ele estava vindo para cá com vários cavaleiros... raios Nier, você só dá trabalho!

Krioni rasga ainda mais as roupas de Nier, o estapeia e joga pó em seu corpo.

-Pronto, assim parece que lutou de verdade e que não foi você que causou isso. Vou levar esse punhal e seu anel comigo. Os devolvo quando me encontrar em Lioness, tenho certeza que o rei o levará até lá... então, não morra.

Krioni se teletransporta para sua torre, e fica andando em círculos, pensando o que poderia ter causado aquilo, até que se lembra que a maldição não foi imposta apenas em Nier. Ela foi imposta em Nier e Camille. Nesse momento, algumas peças se encaixaram. Entretanto, haviam coisas a serem descobertas. O que causou a fúria de Nier foi a possível morte de Camille, mas o que ou quem matou ela? Isso era algo que Krioni deveria descobrir. Ele olhou em seu orbe a distância entre o Rei e Nier, e viu que haviam algumas horas ainda.

A ansiedade começava a corroer Krioni. Ele havia se sentado em uma mesa para pensar no que poderia ter matado Camille. Ele pegou o anel que estava com Nier, e acessou seu fantasma com uma magia. Nele, pode ver alguém apareceu e a matou. Isso já ajudava a riscar todas as possibilidades de não humanos ou qualquer outra coisa. Também pode sentir uma magia diferente da de Nier, e semelhante a de Camille de três mil anos atrás. Então julgou ser da atual Camille, e como a magia ainda tinha um traço poderoso, era de se esperar que ela fosse forte, no nível de uma cavaleiro sagrado.

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-Interessante... uma guerreira, como no passado. Com isso, quem seria capaz de derrotá-la? Provavelmente ela teria uma boa relação com todos, afinal era uma pessoa gentil, como sempre esteve em sua alma. Quem não gostava dela?

Ele se pôs a pensar novamente.

Guerreiros de outros lugares? Não, Grisgandor não era militar, muito menos se envolvia em guerras. Alguém que ela conheceu antes de ir para lá? É, isso é possível. Será que ela parou em Grisgandor ou nasceu lá? Eu vi muitos registros de Grisgandor nos últimos anos, e não lembro disso... talvez possa ter sido encoberto... merda.

Krioni então começa a vasculhar registros dos cavaleiros de Grisgandor. Ele passa um pente fino, indo apenas atrás de mulheres. Lá estava: Camille Lodric. Uma bandida. Que havia matado todos seus inimigos, e não confiava em ninguém. Com o tempo, passou a se abrir, principalmente com Nier. Sempre que vinham cobrar algo de seu passado, deviam lidar com um exército.

Nada bom, nada bom mesmo. Seu passado não aponta nada... passado? Mas, e se, hipoteticamente falando, fosse alguém do passado da anja? Onde estão meus mapas?

Ele pega seus mapas, feitos por cartógrafos ao longo das eras, e os distribui na parede, de acordo com a data. Ele olha o primeiro, feito por ele mesmo, com os selos dos anjos e dos demônios, e vai acompanhando as mudanças, até chegar no mais recente. E perto de Grisgandor, estava lá: o Selo das Flores Negras. Ou seja, Hanna, um dos anjos com maior raiva de Camille.

-Ok, descobri quem ocasionou isso. Mas, quem te libertou? Ou o selo enfraqueceu? Ou alguém passou por perto e você seduziu essa pessoa? O selo era forte, poderia se quebrar até 95% dele que continuaria em pé. Então, corrosão está fora de questão. Preciso de todos os registros de pessoas que foram até Grisgandor para saber disso, para poder ver seus passos... isso vai demandar muito tempo, mas tempo não é nada para mim. Enfim, o tempo que os anjos conseguem influenciar os outros é de seis meses... Bom, vamos começar com os registros de Lioness e seus aliados.

Enquanto lia os registros de Lioness, Camelot, Idriz e Lodran, ele percebe que o Rei chegou com Nier.

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-Ok, dessa vez eu exagerei. Quanto tempo eu passei lendo? Ah, não importa, hora de rever Nier.

Ato Três:
SALIGIA




-Abram caminho, o Rei está chegando!

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Com o grito do cavaleiro, o Rei, junto dos Cavaleiros que o acompanharam, chegam no Palácio de Lioness, onde eram tratados os assuntos da realeza, e onde o Rei vivia com sua esposa Rose. Ao chegar, ele é recepcionado por sua bela Rainha. Após ela o cumprimentar com um beijo na bochecha, outros oficiais aparecem para checar o que estava havendo.

-E então querido? O que aconteceu para chegar mais cedo?

-Bem, digamos que quando cheguei em Grisgandor, não havia mais Grisgandor...

-Como assim?

-A única coisa que havia ali era uma grande cratera. E esse menino no meio.

-Entendi... - Rose se aproximou e observou bem o rosto do garoto desmaiado. - Espera aí... eu reconheço esse rosto!

-Claro que sim, você tem uma memória excelente... E então? Quem é?

-Esse é Nier. O General de Grisgandor.

-Agora que você falou... Realmente me lembrei dele. - Disse Gallien coçando o queixo. - Por que será que ele era o único que estava vivo lá?

Ninguém respondeu.

Gallien então bufou e se sentou na escada mesmo, ignorando o fato que aquele não era um lugar para um rei sentar. Ele levou as mãos ao rosto e as pressionou, afinal se já não bastasse seu mago estar sendo acusado de graves crimes, agora Grisgandor havia desaparecido e havia apenas um sobrevivente. Aparentemente, a reunião do Concelho dos Reinos Unidos da Britânia teria mais uma discussão, e agora haveria um julgamento urgente. Um não, dois. Se havia apenas uma pessoa no lugar, havia apenas um suspeito. Mesmo que ele fosse completamente inocente, só uma investigação conseguiria dizer. E como se não bastasse, estava havendo um surto de crimes na Britânia, todos envolvendo um dos Sete Pecados Capitais.

Eu odeio minha vida, pensou o Rei. Eu tenho um grande pressentimento que isso vai cair nas minhas costas... Se ao menos Uther não estivesse acamado, teria alguém para me ajudar, mas como ele está doente vou precisar entrar naquele ninho de serpentes sozinho, não posso arriscar expor Rose a um perigo como aquele buraco. Ao menos Mitro vai estar lá, por mais que os outros Generais tirem sarro dele por não ter "sangue nobre". Que se foda o sangue nobre, Mitro é mil e uma vezes melhor que qualquer General na Britânia. Bem, exceto um, mas ele está desacordado no meu Palácio. E pra piorar, esse idiota do Krioni... O que pensa que está fazendo matando pessoas? Não terei ajuda nem do meu mago para resolver isso. Que excelente dia. Aposto que teremos amanhã mesmo essa reunião. Só espero que nenhum rei de merda queira dizer que Lioness atacou Grisgandor...

Absorto em pensamentos, sentiu uma presença se sentar ao seu lado. Era Rose, sua esposa. Com o pequeno espanto de ela sentar em seu lado subitamente, seus pensamentos foram interrompidos por ela. Ela aproximou seu rosto do dele, se esticou um pouco e tocou os seus lábios em sua testa, dando-lhe um beijo.

-Você vai conseguir, querido. Não se preocupe, tudo vai dar certo nessa reunião. Veja bem, no pior dos casos, traga Krioni e Nier como prisioneiros e os faça trabalhar como "escravos" - Ela frisou com os dedos fazendo sinal de aspas essa palavra. -, que ganham a liberdade em troca de trabalhar para Lioness! Veja bem, ainda manteria seu mago da corte e teria ainda o General Grisgandoriano! Você só sairia ganhando com isso.

Ele sorriu para ela. Realmente, ela seu farol, sua luz guia para todos os momentos. Sua ideia era perfeita, se não fosse por um detalhe.

-Ninguém aqui vai me escravizar. - Respondeu um certo mago que apareceu de supetão atrás dos dois.

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-E você é literal demais, Krioni. - Respondeu dando uma risada, que era respondida com uma cara feia de Krioni. -Esse seria o único jeito de te deixarem andar livre por aí, sem ser procurado de baixo de cada pedra da Britânia.

-Se eu não quiser ser achado por ninguém, ninguém me achará. Simples assim.

Rose revirou os olhos para Krioni e mostrou a língua para ele. As vezes, sua arrogância a irritava, mas fazia parte do "pacote" de ter o mago mais poderoso da Britânia. Ele desviou o olhar, suspirou e se sentou do lado de Gallien.

-Sinto que está preocupado, Gallien. Mas espero que saiba de uma coisa. - O rei olhou para seu mago, que tinha um semblante confiante e ao mesmo tempo, distante. - Lioness sairá como a grande vencedora desse Concelho. Retornaremos mais fortes do que quando irmos para lá.

As palavras de Krioni ressoaram pela cabeça do Rei de Lioness pelo resto daquele dia. Será mesmo que aquilo poderia ser benéfico? Após ter a confirmação de todos os Reinos que o Concelho fora decretado com urgência e ocorreria ainda mesmo no próximo dia, com magia levando os membros para o lugar, Gallien se deitou em sua cama, ainda incomodado com a situação. Algum tempo depois de remoer os pensamentos, adormeceu. E então sonhou.

Os sonhos de Gallien eram conhecidos por lhe garantir visões do futuro. E dessa, não foi diferente.

Ele se viu sentado em seu trono, em um momento que julgava ser quase meio dia, embora não tivesse certeza. O ar que entrava pelas janelas e pela não era gélido nem quente, era morno como a primavera, ao contrário do ar quente da estação que estava no mundo real. Uma figura que não sabia dizer quem era apareceu correndo pelo castelo. Ela era pequena e bastante fofa, tinha cabelos vermelhos vivos e olhos verdes como esmeraldas. Ela correu na sua direção e gritou uma palavras que não achara que ouviria tão cedo: "papai". Aparentemente, iria ganhar uma filha em breve. Quando chegou nele, ela pulou e o abraçou, e disse alguma coisa que ele apenas entendeu "Eles chegaram!".

Andando pelo corredor e entrando na sala do trono, sete cavaleiros em armaduras chegaram. Nenhum sequer fez menção de uma reverência ou se ajoelhar para ele, o que era bem estranho na realidade. Cinco deles ele não fazia de quem eram, mas dois eram bem reconhecíveis. Eram Krioni, seu mago, e Nier, o ex-general de Grisgandor. Nier tomou a frente do grupo e falou em nome daqueles sete algo sobre terem derrotado Kayn, a Lâmina Sanguinária. Aquilo era uma novidade, afinal Kayn estava aterrorizando o Reino fazia tempo, e nenhuma ordem de Cavaleiros conseguia fazer frente a ele.

A pequena garota saiu correndo do seu lado e parou na frente de Nier, que se ajoelhou para falar com ela. Ele não entendeu o que falaram, mas viu que ele tirou uma de suas luvas e afagou seus cabelos, e se levantou para sair do lugar. Assim que ele e seus seguidores saíram, sua visão escureceu e a visão terminou.

No outro dia, ao acordar, lembrava quase perfeitamente do que vira, apenas sem lembrar de detalhes de fala. Pensou em contar a Krioni, mas decidiu que era melhor não. Após algumas horas, estava na hora de ir para a terrível toca de lobos chamada Concelho dos Reinos Unidos da Britânia.

Haviam algumas coisas que Gallien realmente odiava, e o Concelho dos Reinos Unidos da Britânia era algo que estava no topo da lista. O próprio trajeto o deixava mal humorado e enjoado, sentia vontade de fingir que estava doente e ir para casa. Mas não poderia, infelizmente. Chegando, ignorou todos os que tentaram falar com ele, pois ou queriam favores de Lioness ou queriam tirar sarro dele, e sua paciência estava negativa. Inclusive, alguns druidas estavam por lá, se oferecendo para ocupar o posto de Krioni, achando que ele já não estava mais lá. Mitros também se manteve quieto aos insultos à sua origem, e também não estava no humor para conversar.

Sendo o último a chegar na sala (por receber propositalmente um convite atrasado), sentou-se em sua cadeira, com Mitros ao seu lado. Vários reis que não fazia questão de lembrar os rostos e reinos estavam ali, desde reinos grandes como Drangleic como o recém destronado rei da Cornualha após um incidente parecido com o de Krioni. Todos sentados em um semi círculo com três juízes na base da forma, e dentro dele, Krioni e Nier, algemados, com o de cabelos castanhos dormindo, como estava fazendo desde que fora encontrado.

-Então, começaremos o Concelho. - Disse o juiz do meio. - A sessão extraordinária deste dia deve-se ao fato dos inúmeros crimes com forte base nos Sete Pecados Capitais que estão sendo cometidos pela Britânia. Aqui, no julgamento, temos um dos réus mais notáveis de todos: Krioni, o Mago da Corte de Lioness. - O juiz à esquerda se pronuncia.

-Vejo que não possui sobrenome informado, Krioni... Gostaria que nos informasse.

-מלהןרךוקד.

-Repita, por favor.

-מלהןרךוקד.

-Diga em uma língua que possamos entender.

-Não existe na língua que vocês possam entender.

-Quanta petulância. - Disse o juiz da direita.

-E quanta burrice. - Respondeu o mago.

-Ora, seu... - Antes que pudesse responder, o juiz do meio interrompeu com a mão.

-Seu crime foi- Um bocejo interrompeu a fala do juiz. Normalmente, ele ficaria irritado, porém ao ver que era o outro réu, que fora relatado estar em sono profundo desde que fora achado, não julgou de todo mal.

-Onde... Eu estou? E... Quem sou eu?

-Seu nome é Nier... Ora, outro réu com apenas um nome. Você é o ex general de Grisgandor, e está sendo acusado de destruir o reino em questão. Esse é o Concelho dos Reinos Unidos da Britânia, e estamos julgando seu crime, junto do homem ao seu lado. - Nier apenas fez uma expressão de confusão, enquanto se concentrava tentando lembrar de algo. - Agora continuando, senhor Krioni... Seu crime foi usar uma magia absurdamente poderosa, capaz de mudar até o tempo e espaço, e que não é catalogada em nenhum livro de magia. E com isso, milhares de vidas foram ceifadas, por um erro negligenciado pelo "mago que nunca erra". Por que usou essa magia?

Nier parecia incomodado com o tom do juiz. Seu cinismo era sensível, e isso o estressava.

-Como se vocês fossem capazes de entender, imbecis. - Seu tom era sarcástico.

Uma veia saltou na testa do juiz, e Nier não tirava seus olhos alaranjados dele. Mesmo que Krioni fosse arrogante, seu sarcasmo era legal.

-Ora, seu...! Essa é a sua defesa? Acho melhor que o executem agora mesmo. - Respondeu o da esquerda, irritado pelo desrespeito.

Um burburinho começou, e a única pessoa junto de Nier estava sendo hostilizada. Ele não estava feliz com isso.

-Podem tentar, duvido que consigam.

As pessoas estavam ficando grossas, e algumas ofensas começaram a se dirigir a Nier, que não fizera nada.

-Essas algemas inibem sua magia, você não passa de um cão acuado agora. - Disse o da direita.

O ódio das pessoas estava amedrontando Nier, que começava a se sentir como um objeto de ódio.

-Não existe como inibir minha magia, já aprendi a me prevenir pra isso fazem mais de dois mil anos.

-Guardas! - Bradou o do meio, enquanto Krioni começava a flutuar.

Os guardas começaram a entrar e cercaram os dois, apontando suas armas para o pescoço de Nier, que começou a ter seus olhos preenchidos por lágrimas.

-Apenas uma pessoa nessa sala tem direito a dar ordens para mim. E essa pessoa não é nenhum de vocês.

-Gallien, mande ele parar! - Gritou o juiz central.

Algumas lágrimas escorriam pelo rosto do garoto, que estava aterrorizado.

-Não sou eu essa pessoa também, estou tão intrigado quanto vocês. - Respondeu sorrindo.

-Chega! - Nier gritou, com magia negra emanando. - Todos vocês estão me irritando!

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Uma lufada mágica apagou todas as velas, candelabros e lampiões do lugar. Da escuridão, diversas mãos começaram a agarrar os reis e os três juízes, e notando isso, Krioni disparou para Gallien.

-Gallien! Trouxe minha caixa de gizes? - Questionou gritando.

-Claro! - Ele estendeu o braço segurando a pequena caixa para Krioni. - Aqui estão!

Vai ser um saco desenhar no escuro, mas é o jeito!

Krioni conhecia alguns rituais para selar escuridão, e como não ligava o suficiente para eles, não aprendeu como fazê-los sem giz. Começou a correr desenhando um círculo no chão, com várias inscrições mágicas, ao mesmo tempo em que entoava um cântico druida para diminuir a escuridão. O mesmo foi feito nas paredes e no teto, enquanto Nier estava irritado com aquilo tudo que estava acontecendo.

Quando finalizou o último risco, um brilho cegou toda a sala, e a escuridão foi engolida para dentro de Nier.

-Selo de... Cubo de Luz... - Falou cansado. Não esperava usar algo desse tipo naquele momento.

-Esse poder... Isso confirma que ele destruiu Grisgandor! - Gritou um dos reis, que olhava Nier acuado e confuso.

-Devemos matar esses dois, são perigosos demais!

-Aberrações!

-Monstros!

E outras ofensas eram proferidas, e palavras de apoio a execução dos dois. Porém, os juízes notaram que seria impossível fazer isso.

-Bem, como nossos réus estão além da condição de serem mortos, passá-los-ei de volta à seus reinos de origem. Porém, como Nier não o possui, acompanhara Krioni de volta a Lioness. E pela omissão de mais cedo perante ao ataque de seu mago, o Reino de Lioness será responsável por lidar com esses crimes dos Pecados. Essa decisão é unânime entre o juizado.

Para todos, parecia apenas uma punição exagerada ao rei mais odiado. Talvez assim ele morresse e pudessem dominar os territórios que ele dominava. E desse jeito, os dois saíram acompanhando Gallien e Mitros. Subiram na carruagem e lá dentro, Gallien começou a falar.

-Eu queria do fundo do meu coração lhe dar um esporro, Krioni. Mas sei que seja lá o que eu falar você vai ignorar, então não perderei meu tempo. Mesmo assim, obrigado por fazer o dia mais divertido e dar um jeito em nosso novo amiguinho.

-Desculpa, eu...! - Nier começou a falar. - Eu estava assustado e... E...

-Não se preocupa, cara. - Respondeu Mitros. - A culpa não é sua que acordou no maior barril de pólvora da Britânia.

-Mas então, pelo visto você vai ter que lidar com esses crimes, não é Gallien?

-Eu o caralho, você vai lidar com isso. Jogaram para mim por sua culpa, Krioni.

Krioni quase engasgou com saliva, mas não queria lidar com isso. E após isso, ambos começaram a discutir.

-Ei, tio. - Chamou Nier.

-Eu? - Questionou Mitros apontando para si.

-Sim. Eles vão brigar sério? - Questionou.

-Não, relaxa. Eles são sempre assim. Veja, o Gallien é o rei, e ele manda em todo mundo. O Krioni está abaixo dele na hierarquia, mas obedece apenas quando quer. Então quando isso não acontece, é um dia estranho. - Nier deu uma risadinha.

-Entendi. Que bom.

E assim seguiam sua viagem, com um tentando empurrar a responsabilidade para o outro. Com o passar do tempo, chuva começou a cair, deixando a viagem mais lenta. Gallien e Krioni já haviam cansado de brigar e estavam dormindo, até algo chamar a atenção de Nier e de Mitros, que acordam os dois.

-O que foi? - Questionaram. Até verem que uma nuvem de fumaça escura subia aos céus. E onde há fumaça, há... - Fogo.

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-Ei, MacAllister! - Gritou Gallien para o cocheiro. - Tem alguma vila aqui perto?

-Sim senhor! É exatamente ela que está em chamas! Devo parar?

-Sim, imediatamente! - Assim quando ordenado, uma trombeta fora soada, fazendo a comitiva parar.

Logo que pararam, os quatro desceram e a comitiva real também desceu de cavalos e começaram a observar.

-Pela cor e tamanho da fumaça, todos estão carbonizados. O fogo já está aí faz algum tempo. - Relatou Krioni.

Um murmúrio começou a vir de todos os soldados, pois quem fez aquilo poderia estar por perto. E se estivesse, teriam que engajar em combate. Muitos não gostavam de ver aquilo, já que sua espiritualidade não gostava de perturbar os mortos.

-Ei, Gallien. - Nier chamou puxando as vestes do rei. - Peça para fazerem silêncio.

O rei assentiu, e mandou-os fazerem silêncio. Nier abaixou a cabeça aparentemente triste, e todos entenderam. Ao invés de conversar, era hora de respeitar os que partiram nesse trágico acidente.

Krioni começou a conjurar alguns guarda chuvas grandes para os soldados e para eles próprios, afinal odiava resfriados. Todos agradeceram em silêncio, exceto Nier. O garoto deu alguns passos para frente, entrando na chuva.

-Tem... um bebê chorando lá... - Falou chocando à todos.

-Como você pode ter tanta certeza? - Questionou Mitros.

-Eu ouvi. - Ele ergueu a cabeça olhando para o fogo. - Eu vou buscar essa criança!

Antes que alguém pudesse tentar impedir, o mais novo membro da elite militar de Lioness disparou para cima da vila, até entrar nas chamas. Ninguém teve coragem de fazer o mesmo, e Krioni apenas observava.

Entrando nas chamas, Nier procurava a fonte do choro que ouvia. Andava por entre corpos carbonizados e marcas de batalhas. Pessoas haviam lutado ali, e por isso o lugar estava um inferno ardente.

Mas não havia tempo para ligar para isso, uma pessoa estava viva. Se guiando pelo choro escondido pelo crepitar das chamas, chegou numa casa maior. Arrancou a porta junto de um pedaço da parede, e entrou. As chamas definitivamente não lhe afetavam, mas afetavam o bebê que ali chorava. Era melhor se apressar.

Empurrando vigas e pilares, encontrou um pequeno berço em baixo de uma pedra na diagonal encostado em uma parede, que o protegia do fogo e da chuva. A criança estava deitada enrolada em panos, com um pequeno urso de pelúcia do lado.

-Você a protegeu bem, amigão. - Disse pegando a criança no colo e o urso na mão. - Vamos sair daqui.

Correndo para a saída da casa, viu que a rocha cedeu e esmagou o berço, e a casa em si começava a desmoronar.

Assim que saiu, o lugar desmoronou, assustando a criança. Vendo aquilo e vendo que por alguma razão as chamas aumentavam, saiu correndo da vila que era engolfada pelo fogo. Quando saiu dela, os soldados viram que era realidade. Uma criança realmente estava lá, e estava nos braços de Nier. Quando chegou em Gallien, lhe alcançou a criança.

Olhando com atenção, notou que era uma menina. Seus cabelos eram vermelhos, e assim que abriu os olhos, viu sua cor. Verdes. Com um sorriso, virou-se para Krioni.

-Teleporte-nos para Lioness. Eles podem voltar sozinhos. Ou precisam de minha presença? - Seus soldados negaram, e desejaram um bom retorno para o rei. - Ótimo. Nós cinco vamos retornar.

Assim como pediu, Krioni atendeu com um sorriso no rosto. Gallien, Mitros, Nier, ele e a bebê foram enviados diretamente para o castelo, onde Rose os recebeu com urgência.

-O que houve?! Retornaram com um teleporte! - Gritou enquanto corria, até olhar para os braços de Gallien.

-Acho que ganhamos uma filha... - Ele a respondeu, até olhar para Nier. - Claro, se você, o salvador, deixar.

-Eu não acho que possa cuidar de uma criança. - Respondeu.

-Ótimo, então você protege ela. Se a salvou uma vez, não vai se importar de a salvar de novo. - Rose disse.

-Claro. Não vejo motivos para recusar. - Falou sorrindo.

-Ei Nier, vem cá. - Chamou Krioni, gesticulando alguma coisa.

Gallien parou de prestar atenção no que falavam, mas sim nos dois. Enquanto Rose segurava a criança no colo feliz por finalmente ser mãe, ele se lembrou do sonho que tivera. Não, de sua visão do futuro.

-Ei, mago orgulhoso! Venham os dois aqui.

-O que foi? Preciso fazer algumas coisas com o Nier.

-Sabe Krioni, eu tive um sonho...

Palácio de Lioness Nier10
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